Manifestantes vão às ruas apoiar Mirtes em sua luta por justiça

Fotos: Fran Silva

“Miguel mandou vocês para cuidar da mãe dele”. No dia em que completaram-se três anos da morte do menino Miguel Otávio, Mirtes Renata Santana, sua mãe, mobilizou mais uma vez a sociedade civil para somar forças a sua voz e gritar por justiça. Com o apoio de movimentos populares, lideranças políticas e ativistas, a estudante de Direito levou flores até o local onde seu filho caiu do 6º andar após ser abandonado em um elevador sozinho pela ex-empregadora de sua mãe.

No dia 31 de maio de 2022, há pouco mais de um ano, Sari Corte Real foi condenada a 8 anos e 6 meses de prisão por ter cometido o crime de abandono de incapaz com resultado morte, mas, até hoje, a ré segue em liberdade. A defesa de Sari recorreu da decisão da justiça e, agora, o processo aguarda a relatoria e a decisão dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Para cobrar a conclusão do caso e em memória de Miguel, Mirtes e sua família realizaram mais um ato na tarde da última sexta-feira (2). A manifestação iniciou às 14h, em frente às Torres Gêmeas, local onde ocorreu o crime contra a vida de Miguel, e seguiu em caminhada até o prédio do TJPE, na Praça da República, bairro de Santo Antônio.

Carregando a faixa “Queremos Justiça por Miguel”, dezenas de pessoas se uniram a Mirtes demonstrando que, mesmo após três anos, a comunidade pernambucana também anseia pela prisão da culpada. A manifestação foi marcada por momentos de emoção e revolta, com lágrimas e discursos que relembraram as marcas do racismo que impedem a solução do caso Miguel.

“Eu peço que os desembargadores e desembargadoras de Pernambuco observem com bastante atenção o caso de Miguel, observem os fatos que estão no processo e fechem os olhos para o fato de Sarí Corte Real ser uma mulher branca, rica e de uma família que tem influência dentro do estado”, apelou Mirtes no momento em que o ato chegou em frente ao TJPE.

Durante todo o ato, Mirtes se emocionou ao relembrar os momentos que viveu com seu único filho e declarou que têm sido dias difíceis, mas que não vai parar de lutar até que Sarí seja presa. “Como falei desde o início, eu vou mover céus e terras para que o caso de Miguel não caia no esquecimento, Miguel tem mãe e ela vai continuar lutando por ele”, declarou Mirtes.

No período da manhã, antes da manifestação, Mirtes se reuniu com uma representante do Ministério da Igualdade Racial para cobrar a conclusão do caso.  O encontro ocorreu no Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), no bairro da Boa Vista. No local, Mirtes conversou com a secretária executiva Roberta Eugênio, a número 2 do ministério.

Foi a primeira vez que Mirtes se encontrou com algum representante do governo federal desde a morte de Miguel. Em maio passado ela há havia entregue um abaixo-assinado com cerca de 2,8 milhões de assinaturas em uma audiência pública no Ministério da Igualdade Racial.

Relembre o caso

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Afoitas Jornalismo

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