Grafiteiras nordestinas representam o Brasil no maior Festival Afro da Colômbia

Texto: Giovanna Carneiro | Imagem: Nêgo Junior

A grafiteira e arte-educadora pernambucana Nathália Ferreira, conhecida como Nathê, e a baiana também grafiteira e produtora cultural, Andressa Monique participam do Negro Fest Colombia, que acontece em Medelín durante dos dias 22 a 26 de maio. O Festival de Cultura Negra colombiana ocorre desde  2017 e reúne artistas, músicos, empreendedores, e gestores culturais para realizar uma gama de ações ligadas a identidade do povo negro latino americano.  

Cria de Jaboatão dos Guararapes, Nathê ficou conhecida pelos seus murais de graffiti espalhados pelas ruas da cidades da Região Metropolitana, com destaque às artes produzidas no Recife a exemplo do túnel da Abolição, de Josué de Castro e a obra empena “Nossa Rainha Já se Coroou”, de 45 metros de altura, arte sobre figuras femininas no Maracatu-Nação, realizada em parceria com Stefany Lima. Já Andressa Monique foi responsável por produzir a empena dos murais de Nathê e Stefany “Nossa Rainha Já se Coroou” e também de Micaela Almeida, arte que homenageia Naná Vasconcelos e que também integra o projeto da Prefeitura do Recife para confecção de mega murais. 

Andressa Monique também foi responsável por criar o projeto “Beiru: Pintura Mural”, uma ação artística e educativa que visa a circulação de artistas negras brasileiras, no Festival Negro Fest Colombia. O projeto também conta com a fotógrafa Tamires Almeida no audiovisual, com a gestão e curadoria de Flotar Programa e Harmonipan e o apoio financeiro do Edital de Mobilidade Funarte 2023, do Ministério da Cultura do Brasil.

Entre as ações artísticas do Negro Fest Colombia, estão: uma exposição coletiva, rodas de diálogos, oficinas educativas para públicos diversos e pinturas murais, nos espaços públicos do Metrô de Medellín, na capital da província montanhosa de Antioquia.

A mostra visual realizada acontece na Galeria de Arte Contemporânea Paul Bardwell e terá como foco central as relações da arte contemporânea na Bahia e as tradições de matrizes africanas. Okê Arô Okê, sauda e potencializa a referência de Oxóssi, orixá da fartura e protetor das florestas, conectando  temas contemporâneos sobre espiritualidade, preservação ambiental e demais relações  místico-ontológicas.

 

“Como mulher preta experimentei todas as formas de apagamento social. Hoje trabalho com arte urbana e grafitti entendo a potência transformadora para ampliar a expectativa e representatividade da juventude negra”, declarou Andressa Monique sobre a ação artística que contará com obras dela, de Nathê e de outros dez artistas afro-nordestinos. 

As linguagens do gratiffi serão protagonistas na transformação dos muros do metrô da cidade de Medelín em galerias de arte ao ar livre. As obras irão destacar a cultura afrodescendente através símbolos e elementos que representam a memória, história e a resistencia dos povos negros latino-americanos. Integram o projeto os seguintes artistas: Andressa Monique; Amanda Tropicana; David Sol; Lívia Passos; Ludimila Lima; Nathê Ferreira;  Qual Silveira; Raimundo Cavalhier e Cátia Janaina; Sagaz; TarcioV.

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Afoitas Jornalismo

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