Ícones do Rap nacional se apresentam no Festival Recife + Verde

Com shows de Baiana System, Bione, Aldo Vinícius, Racionais e Djonga, Festival também realiza atividades ambientais, culturais e educativas no Classic Hall

Texto: Lenne Ferreira | Imagem: Coniiin

O grupo que influenciou todas as novas gerações e vertentes do Rap brasileiro, os Racionais MC’s, leva sua “fúria negra” para o Festival Recife + Verde. O quarteto paulista divide o palco com outro nome, que virou ídolo das/os fãs do gênero no país, Djonga. O evento, que acontece neste sábado (1) no Classic Hall, também reúne os nordestinos da banda Baiana System, a pernambucana Bione, o alagoano Aldo Vinícius, além da tradicional Batalha da Escadaria. Com uma proposta sustentável, o Festival realizará atividades educativas com o objetivo de promover a conscientização do público sobre a urgência da adoção de práticas que ajudem na preservação do meio ambiente.

Com mais de 30 anos de história, os Racionais MC’s se apresentam mais uma vez na capital pernambucana para a alegria dos admiradores do grupo do Capão Redondo (SP), que tem grande inserção no Nordeste. Formado por Mano Brown, Ice Blue, Edi Rock e KL Jay, o quarteto representa o poder de politização do movimento Hip Hop.  Ao longo de sua trajetória, os Racionais fizeram de suas letras instrumentos para denunciar feridas sociais profundas do Brasil e foi responsável pela formação de muitas/os MC’s brasileiras/os. No Recife + Verde, o grupo deve tocar clássicos da carreira como “Negro Drama”, “Vida Loka Parte 1 e 2” e “Homem na Estrada”, a faixas do disco “Cores & Valores“.

Queridinha do público recifense, a Baiana System promete um show com hits como “Sulamericano”, “Bola de Cristal”, “Reza forte”, “Duas Cidades” e “Playsom”. O grupo vai apresentar de forma inédita no Recife o último single lançado “Presente, que conta com parceria de Gilsons e Tropkillaz. A banda já ganhou o prêmio de melhor álbum de rock ou música alternativa em língua portuguesa, com o disco “O Futuro não demora”, no Grammy Latino de 2019. Em seus shows, os baianos misturam o reggae sound system com a guitarra baiana, fazendo uma fusão do gênero jamaicano com ritmos afro-brasileiros como afoxé, ijexá e samba-reggae.

“É 1º de abril, mas não é mentira. Logo mais estamos chegando para dar um abraço no Recife”. Outro nome aclamado pelo público pernambucano, o rapper Djonga já fez o chamado nas redes sociais do Festival. O artista de Belo Horizonte, que começou sua carreira em saraus de poesia, foi o primeiro brasileiro indicado ao prêmio BET Hip Hop Awards, realizado nos Estados Unidos, e já lançou músicas/hinos que fazem sucesso nas plataformas de streaming do Brasil como “Ladrão”, “O dono do lugar” e “O menino que queria ser Deus”.

Vitrine para artistas locais

Bione apresenta músicas do disco EGO (Crédito: Sidarta)

Além dos grupos com inserção nacional, o Recife + Verde também abriu espaço na programação para a produção artística nordestina com nomes como a pernambucana Bione e alagoano Aldo Vinícius. Bione é a única mulher no line do evento e vai subir no palco do Classic Hall pela primeira vez com o show do seu último trabalho, EGO, que foi lançado em novembro de 2021. “Para mim, é uma grande honra e satisfação poder representar o Rap das minas do Nordeste. Vamos apresentar um  show dançante pensado especialmente para o público feminino, que sempre me apoia e pede meus shows nos festivais”, comenta a cantora.

Diretamente de Maceió (AL), Aldo Vinícius também está entre as atrações do Festival marcando sua primeira vez na capital pernambucana. O artista, que tem produção assinada pelo beatmaker WR, tem se destacado pela voz marcante e canções românticas autorais. Outro momento do evento vai ser protagonizado pelo projeto Batalha da Escadaria, que acontece há mais de 20 anos no Centro do Recife reunindo MC’s para batalhas de improviso.

Sustentabilidade
Em sintonia com o conceito do evento, que prega um Recife + Verde, o Festival elaborou uma série de ações com o objetivo de promover conscientização ambiental.  O público poderá conferir feirinha de artesanato sustentável, praça de alimentação saudável com cardápio em Braille e livraria volante. A programação também conta com as exposições “Arte Reciclada”, do artista plástico Alexandre Almeida, “O Rio das Capivaras”, do fotojornalista Alexandre Gondim, e “Mundo dos Oceanos”, do ativista e engenheiro de pesca Daniel Galvão, do Instituto Salve Mar.

Para contemplar a acessibilidade, a estrutura o Festival contará com área PCD, rotas acessíveis, além de uma pista de skate, que ficará localizada próxima ao local onde acontecerá a Batalha das Escadarias, performances de B.Boys, Grafitagem. Haverá ainda um espaço de formação que vai trabalhar o tema “Conhecendo os ODS” (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que foram estabelecidos pela Organização das Nações Unidas) e compensação do “Crédito de Carbono”, conceito que se refere à diminuição de emissão de gases que provocam o efeito estufa. A cada 10 ingressos vendidos, plantará uma muda de árvore para compensar a poluição gerada pelo evento.

“Em 2015 a gente teve essa sensibilidade de olhar para a compensação de carbono através das árvores e com isso vieram surgindo várias ideias. Nossa ideia é realizar um evento diferente que contemple o meio ambiente também que a gente não possa só tirar as coisas do meio ambiente, mas também devolver algo para ele. Além das pautas ambientais e ecológicas a gente está dando oportunidade e visibilidade aos skatistas, tatuadores, praticantes de slackline. O evento vai ser lindo”, acredita um dos idealizadores do Festival, Artur Rodrigues.

Além das ações, a produção do evento também pretende criar o Manifesto por um Recife Mais Verde que, por meio da criação de um Decreto-Lei na Câmara de Vereadores do município, provocar a construção de um plano pelo reflorestamento da cidade.

SERVIÇO
Festival Recife + Verde 2023
Sábado (1), a partir das 17h
Classic Hall – Av. Agamemnon Magalhães, s/n – Olinda
Atrações: DJ DaMata, Aldo Vinícius, Batalha da Escadaria, Bione, Baiana System, Racionais e Djonga
Ingressos: a partir de R$ 140 (na bilheteria do Classic Hall ou site Acesso Ticket).
Informações: 3427.7501

Escrito por:

Lenne Ferreira

lenneferreira.pe@gmail.com

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