Fincar e a produção audiovisual protagonizada por mulheres
Produção audiovisual protagonizada por mulheres. De hoje até o próximo domingo (19), mais de 70 filmes que tiveram suas narrativas desenvolvidas a partir do pensamento feminino ganham as telas de três cinemas de rua durante o II FINCAR – Festival Internacional de Cinema de Realizadoras. Além de formações, a programação contempla curtas, médias e longas-metragens de várias partes do mundo que serão exibidos no Cinema São Luiz, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (ambos no Recife) e no Cine Teatro Bianor Mendonça Monteiro, em Camaragibe. A abertura oficial do Festival acontece no Cinema São Luís
Em sua segunda edição, o FINCAR tem como proposta ocupar os equipamentos culturais públicos da Grande Recife com uma programação provocativa, política e produzida por mulheres, com debates pós-sessões de cinema para envolver o público nos temas abordados. Ao todo, 1168 filmes de realizadoras foram inscritos. O país que mais inscreveu filmes foi o Brasil, com 320 filmes submetidos à curadoria, estritamente formada por mulheres.
Realizadoras, artistas visuais, cineclubistas, comunicadoras populares, pesquisadoras acadêmicas, pesquisadoras livres, estudantes de cinema: cada curadora, ao seu modo, trouxe uma perspectiva sobre o cinema feito por mulheres. “A diversidade de vivências e experiências audiovisuais entre as curadoras é uma das potências políticas do festival. Os debates estabelecidos a partir dos filmes foram muito produtivos e a programação instigante a qual chegamos é resultado direto disso”, afirma Maria Cardozo, idealizadora e diretora de programação do FINCAR. O que ainda ecoa dos debates curatoriais desta edição poderão ser encontrados no catálogo online que será lançado no dia da abertura do FINCAR.
Viabilizado através do 10° Edital do Programa de Fomento à Produção Audiovisual de Pernambuco – Funcultura / Fundarpe, da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco, o FINCAR é uma produção da Orquestra Cinema Estúdios e Vilarejo Filmes. O Festival também conta com a apoio da Fundação de Cultura de Camaragibe, Pajeú Filmes, Paço do Frevo, Portomídia e Porto Digital.

A realizadora Patrícia Ferreira, a primeira diretora indígena a exibir filme no FINCAR, co-dirigiu o média-metragem Teko Haxy – Ser Imperfeita com Sophia Pinheiro.
CURTAS-METRAGENS
Ao todo 65 curtas serão exibidos no II FINCAR, com várias estreias em Pernambuco. Entre as primeiras exibições de filmes de realizadoras pernambucanas nas cidades do Recife e Camaragibe, temos duas diretoras negras e uma indígena: Anna Andrade com Entremarés, documentário que aborda a vida de mulheres pescadoras na Ilha de Deus (Recife); Ayla Oliveira com Entre Pernas, ficção de realismo fantástico sobre a Perna Cabeluda; e Graci Guarani com Mensageiro do Futuro, documentário que fala sobre questões urgentes em uma das aldeias indígenas mais populosas do país. Dos 65 curtas que serão exibidos, 22 são de realizadoras negras e 6 de realizadoras indígenas.
CURADORAS
Todo o processo de seleção dos filmes foi feito por uma equipe de curadoras mulheres, são elas: Ana Carvalho, Aurora Jamelo, Cíntia Lima, Elaine Una, Íris Regina Gomes, Maria Cardozo, Mariana Porto, Sabrina Luna, e as curadoras assistentes: Erlânia Nascimento, Júlia Karam, Karla Fagundes, Mariana Souza e Rayanne Layssa. Algumas delas escreveram textos para o catálogo inspirados nos nomes das sessões de curtas: Dançando a revolução, Correntezas, Vivas nos queremos!, Recontando a história, É minha cada parte do meu corpo, Existir, ocupar!, Noturnas, Corpos de terra e mar e Me chame pelo meu nome.
Confira a programação completa e todas as informações sobre o Fincar 2018
*Com informações da assessoria de imprensa