Filósofo Érico Andrade lança “Negritude sem identidade”

“Um diálogo com a construção do racismo na filosofia, com a construção da resistência da corporeidade negra aos processos de colonização e ao mesmo tempo um relato auto biográfico de um homem que vai paulatinamente se dando conta que é negro, sobretudo pelos processos de racialização e pela sua resistência da academia”. É dessa forma que o doutor em filosofia e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Érico Andrade, se refere ao seu livro “Negritude sem identidade”.
A obra será lançada nesta quinta-feira (9), às 19h30, na Galeria Maumau. O evento contará com uma roda de conversa com Érico Andrade, mediada pela integrante do Grupo de Pesquisa Direito do Trabalho e Teoria Social Crítica, Lilian Rodrigues, além de performances das performances de Sophia Willian e Fykya Pankararu.
“Esse lançamento oficial em Recife, está atrelado a um processo de construção coletiva que envolve a participação de coletivos que estão na linha de frente da produção de questões relativas a negritude, então vai ser um lançamento que envolve diversas atividades, como performances de artistas negras e negros e também uma conversa sobre o livro e, portanto, envolve tudo aquilo que diz respeito a construção tanto de um corpo que é documento e memória quanto a construção da resistência que esse corpo oferece simplesmente por existir”, afirmou o autor Érico Andrade.
A publicação do livro é realizada pela N-1 Edições e o lançamento é produzido pela Distro Dysca, que disponibilizará os títulos assinados pela editora.
O evento de lançamento ocorre no mês da Consciência Negra para enfatizar a importância do debate sobre a noção e a construção da identidade negra longe das amarras coloniais e a partir de subjetividades e modos de resistências que surgem através das experiências pessoais do corpo negro que ocupam diversos espaços na sociedade brasileira. Para isso, a obra realiza uma articulação com a psicanálise a fim de romper e criticar o identitarismo branco colonial.
“A própria consciência negra é diversa porque nós pessoas negras somos diversos e diversas, então o livro é lançado nesse momento essencial, que é quando nós evocamos a memória de zumbi e todos aqueles e aquelas que lutaram pela emancipação do povo negro, mas é também um livro que tenta de alguma forma alargar o conceito de negritude no sentido de tirar qualquer percepção essencialista do ser negro e assim colocar a negritude numa perspectiva radicalmente brasileira na qual essa negritude se dá de forma diferenciada e miscigenada, desde a vinda da África até aqui pelo tráfico da escravidão e a mistura com os indígenas. Então, há uma construção da negritude, que eu acho importante ressaltar, que é brasileira”, defende Érico Andrade.
SERVIÇO
Lançamento Livro Negritude sem identidade
09/11 · 19h30
Galeria Maumau (@maumaugaleria)
Rua Nicaragua, 173 – Espinheiro