Conheça a Katahirine, rede de cineastas indígenas do Brasil

Texto: Giovanna Carneiro
Uma rede formada por mulheres cineastas indígenas lançaram a plataforma Katahirine, uma iniciativa aberta e coletiva que tem o objetivo de fortalecer a luta dos povos indígenas através das produções audiovisuais e do cinema. Lançada no último mês de abril, a rede conta com um site que funciona como uma plataforma onde cada cineasta indígena tem uma página com seu perfil, biografia e acesso a suas produções. Na página também é possível realizar a inscrição para compor a rede. Basta fazer o cadastro na aba “Faça parte” do site, e aguardar a aprovação do Conselho Curador da plataforma, composta por cineastas indígenas.
“Acreditamos que a rede poderá ser uma importante ferramenta de conhecimento e diálogo entre nós e com o público, e também uma referência para pesquisas sobre o cinema indígena feminino”, explicitou o texto de apresentação da Rede escrito de forma coletiva pelas mulheres do Conselho Curador.
Atualmente, a Katahirine reúne 71 mulheres de 32 etnias – entre elas, nomes como Graci Guarani e Olinda Wanderley Yawar Tupinambá, diretora e codiretora do projeto Falas Da Terra, da TV Globo, e Patrícia Ferreira Pará Yxapy, diretora de filmes que já participaram de festivais no Brasil e no mundo, como o Doclisboa, em Portugal, a Berlinale, na Alemanha, e o Margareth Mead Film Festival, em Nova York, nos Estados Unidos.
“O audiovisual tem sido uma ferramenta de luta das mulheres indígenas. As produções cinematográficas têm contribuído para que elas reivindicam direitos, denunciem retrocessos e ocupem seu espaço na sociedade indígena e não indígena”, afirmou Mari Corrêa, diretora do Instituto Catitu, responsável pela coordenação do projeto.
Futuramente, a rede planeja promover encontros entre as realizadoras de todo o país e organizar mostras. A Katahirine atuará ainda no desenvolvimento de estratégias de fortalecimento do audiovisual indígena e na proposição de políticas públicas que atendam a produção do cinema feito por mulheres indígenas.
Na página do Instagram da rede também é possível conhecer mais sobre as cineastas indígenas e suas produções.

Instituto Catitu, oficina com as mulheres Kawaiwete, aldeia Kwaruja, Terra Indígena Xingu | Crédito: Reprodução Instagram Rede Katahirine
Origem da palavra Katahirine
Katherine é uma palavra da etnia Manchineri que significa constelação. Assim como o próprio nome sugere, Katahirine é a pluralidade, conexão e a união de mulheres diversas que se apoiam e promovem mulheres indígenas no audiovisual brasileiro. Dessa constelação participam mulheres de todos os biomas, de diferentes regiões e povos, mulheres indígenas que se uniram com o objetivo de fortalecer a luta dos povos originários por meio do audiovisual.