Afoitas marca presença na 1ª Conferência Jornalismos Plurais
Coletivos de comunicação de todo país estiveram reunidos durante a 1ª Conferência Jornalismos Plurais, que aconteceu no Centro Cultural Luiz Freire, em Olinda nos dias 25 e 26. O encontro, que representou o encerramento do Programa de Apoio ao Jornalismo (PAJOR), promovido pelo escritório da Repórteres sem Fronteiras (RSF) para a América Latina, discutiu o cenário da mídia independente no Brasil frente ao atual contexto social e político. Em parceria com a Marco Zero Conteúdo (PE), Caranguejo Uçá (PE), Alma Preta (SP), Nós Mulheres da Periferia (SP), Fala Roça (RJ), Data Labe (RJ), Rede Wayuri (AM) e Amazônia Real (AM), a conferência apresentou os caminhos percorridos por projetos jornalísticos a partir de uma programação que contou com painéis de discussão, oficinas, mesas e até programação musical.
Jornalista e editora fundadora da Afoitas, Lenne Ferreira participou da mesa “Jornalismo, gênero e liberdade de expressão” ao lado de Mateus Araújo (Agência Diadorim/TAB UOL), Regiany Silva (Nós Mulheres da Periferia). O momento contou com a mediação de Yaani Inay (Coletiva Cabras) e promoveu reflexões sobre a importância da diversidade dentro da produção jornalística. “A majoritária presença de pessoas brancas nas redações é uma realidade em Pernambuco e no Brasil. O Jornalismo independente vem propondo uma ruptura e outra narrativa firmada na decolonialidade e que promova reparação histórica”, ressaltou Lenne Ferreira.
Criado em 2018, o coletivo Afoitas tem como objetivo pautar a comunicação a partir da perspectiva de mulheres negras e dissidências LGBTQIAP+. “Buscamos olhar para as nossas favelas de mais perto, construir um jornalismo que busque dialogar com as comunidades e territórios onde há falta de tudo. Para isso, precisamos repensar linguagens e formatos para sair das bolhas e atingir um público maior de pessoas que precisam de formação sobre temas diversos”, ressaltou a jornalista.
A conferência promoveu debates entre os oito coletivos que integraram a PAJOR, além de projetos parceiros das regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste que foram convidados para partilhas suas experiências. Ao longo de três anos, as iniciativas do Programa foram beneficiadas com ações de desenvolvimento institucional, capacitação em proteção e segurança, promoção de redes de intercâmbio e produção colaborativa, além de incentivo à articulação e mobilização em defesa da liberdade de expressão e imprensa.
A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) é uma organização internacional sem fins lucrativos fundada em 1985 em Montpellier por quatro jornalistas. A iniciativa está na vanguarda da defesa e promoção da liberdade de informação. Reconhecida como de utilidade pública na França desde 1995, a RSF tem status consultivo junto às Nações Unidas, UNESCO, Conselho da Europa e Organização Internacional da Francofonia (OIF).
